quarta-feira, 16 de outubro de 2013

10 PASSOS PARA FORMAÇÃO DE PASTAGEM: Marcio Fonseca de Carvalho


• 1) Escolha da área: deve ser seguida de medição da área e mapeamento, para saber a declividade, áreas com rochas, áreas alagadas, etc.

• 2) Amostragem e análise do solo: imprescindível para o sucesso da pastagem. Devem ser feitas duas amostragens - de 0 a 20 centímetros e outra de 20 a 40 centímetros de profundidade.

• 3) Escolha da espécie forrageira: deve-se conhecer o solo e o clima para poder escolher. Além disso, devemos analisar para a escolha da planta forrageira o objetivo do uso da pastagem; para qual espécie e categoria animal destina-se; qual será a forma de utilização (feno, silagem, pastejo); forma de multiplicação (mudas ou sementes); facilidade de estabelecimento ou de germinação; resistência à seca e à geada e tolerância às pragas, às doenças, ao pastejo e ao corte.

• 4) Planejamento: deve ser feita uma programação antecipada das operações necessárias, início e final das mesmas, os insumos necessários (para poder barganhar preços), custos.

• 5) Limpeza do terreno: deve ser retirada a vegetação residente no local (lavouras, pastagens degradadas, ervas espontâneas, etc.) para que o pasto se estabeleça melhor, sem competição. Não esqueça das licenças ambientais.

• 6) Correção do solo: compreende a calagem, gessagem, fosfatagem, e outros nutrientes necessários. Existem muitas variáveis para se alcançar o melhor rendimento, por isso é importante o acompanhamento de profissionais.

• 7) Preparo do solo: deve ser decidido, dependendo das características de solo e maquinário disponível, se haverá ou não preparo do solo e, se sim, como será feito (mínimo, convencional, direto).

• 8) Compra de sementes/mudas: deve-se observar o valor cultural das sementes, presente no rótulo. Procurar sementes sempre de empresas idôneas. Para mudas, observar a idade, a quantidade necessária, como será feito o transporte e o armazenamento até a época de plantio.

• 9) Semeadura e/ou plantio: a semeadura deve ser feita na época mais recomendada para cada região. Pode ser feita a lanço com posterior cobertura das sementes (maior rendimento operacional), ou em linha, com deposição do adubo fosfatado junto com a semente.

• 10) Manejo de formação de pastagens: recomenda-se o primeiro pastejo entre 70 e 100 dias após o plantio da pastagem, colocando uma alta pressão de pastejo por curto espaço de tempo para estimular o perfilhamento para cobrir rapidamente o solo.

IMPLANTAÇÃO DE PASTAGEM POR SEMEADURA

Fonte: http://www.beefpoint.com.br
Visando a formação e intensificação das pastagens, as gramíneas podem ser implantadas de diversas formas, como sementes (semeadura) ou mudas, estolhos e colmos (plantio).
Abaixo, veremos as principais características do plantio por semeadura.
As sementes deverão ter certificado de garantia de qualidade, como pureza, germinação, ausência de sementes de plantas tóxicas ou daninhas, entre outros. Além da compra de sementes oriundas de empresas idôneas, estas sementes também deverão ser analisadas por um laboratório independente e idôneo. Desta forma, o produtor poderá se prevenir ante possíveis falhas no plantio devido à ocorrência de baixa qualidade das sementes.
A pureza (P) de uma partida de sementes é determinada pela quantidade de sementes puras existentes nesta partida. Quando se compra 100 kg de uma determinada semente pode-se ter, como exemplo, 20 kg de areia, terra, palha, pedras, gravetos e sementes indesejáveis. Assim, chega-se à conclusão que em 100 kg de sementes compradas tem-se 80 kg de sementes boas para germinação.
Para determinação do poder de germinação (G) pode ser feito o seguinte teste: separa-se 100 sementes puras, plantam-se as sementes num pequeno vaso que deverá sempre estar umedecido e, depois de algum tempo, avalia-se quantas destas sementes germinaram. Das 100 sementes plantadas, por exemplo, pode ter germinado somente 40; assim, tem-se 40 % de germinação.
Com a pureza e a germinação conhecidas, será determinado o valor cultural (VC) da semente. O valor cultural determinará a quantidade de sementes puras e viáveis (SPV) existentes na semente comercial.
Após o preparo de solo é preciso definir qual será a época de plantio ou semeadura. Esta época deverá ser definida de acordo com a previsão de chuvas e de acordo com a temperatura adequada para germinação e estabelecimento das plantas.
O atraso na germinação das plantas provocada por baixas temperaturas prejudica a forrageira plantada em relação à competição com as plantas invasoras menos exigentes quanto a temperaturas mínimas para sua germinação e estabelecimento.
A escolha da profundidade de semeadura também é de suma importância para um bom estabelecimento da pastagem. As profundidades de 0,5 a 1,2 centímetros apresentaram os melhores resultados quanto à germinação. Geralmente, em solos argilosos a semente deverá ser colocada mais superficialmente e em solos arenosos a semente deverá ser colocada em maior profundidade. Esta recomendação visa diminuir os insucessos com a ocorrência de déficit hídrico.
O tipo de semeadura que vem sendo mais utilizado ultimamente é a semeadura a lanço em área total. Após esta semeadura é preciso realizar a operação de compactação, com o intuito de se aumentar a adesão da semente ao solo. A compactação é realizada com a utilização de rolo compactador próprio para este fim, que pode ser de pneus ou de ferro e aço.
A escolha pela semeadura a lanço ocorre pela redução do tempo plantio, versatilidade em se conduzir o equipamento por áreas de relevo acidentado e pela dupla aptidão que este tipo de equipamento pode fornecer para operações futuras. Desta forma, o distribuidor de adubo em cobertura pode ser o mesmo para a semeadura a lanço, diminuindo o investimento em equipamentos específicos para semeadura.
Convém salientar, no entanto, que nem sempre a melhor semente para ser semeada é a de melhor valor cultural. Isto ocorre quando a quantidade de sementes a ser plantada for muito pequena. Exemplo: sementes com VC = 65%. Neste caso, a quantidade a ser distribuída por hectare será em torno de 5 kg, dificultando a distribuição uniforme das sementes na área, quando não se tem equipamentos com regulagens e manutenção adequadas para este fim.